A salvínia (Salvinia molesta) é um feto anual aquático, originário da América do Sul. É uma das piores invasoras aquáticas a nível mundial que forma tapetes densos na superfície de águas paradas ou com pouco movimento. Os tapetes de salvínia sombreiam as plantas submersas e impedem a troca de oxigénio, fazendo com que a água se torne imprópria para peixes e outros animais. As infestações reduzem drasticamente a biodiversidade degradando as zonas húmidas. Adicionalmente, podem bloquear os canais de irrigação, poluir água potável e evitar o uso das áreas invadidas para atividades recreativas como natação, pesca e passeios de barco. As infestações podem ainda tornar-se perigosas para animais e pessoas uma vez que os tapetes densos que formam podem ter a aparência de terra firme.
Em Portugal, foi observada com comportamento invasor no Sudoeste Alentejano, na zona de Odemira, em Setembro de 2008, pelo que a incluímos no Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Mais recentemente, foi observada em Alcaria, no Algarve, em Abril de 2016, razão pela qual lançamos este ALERTA.
É fundamental que as áreas onde a espécie esteja presente sejam detectadas o mais precocemente possível e que as plantas sejam eliminadas de forma a impedir a sua dispersão. Sendo uma planta com grande capacidade invasora, se se dispersar e estabelecer no território a sua eliminação será muito difícil! A fase inicial, quando ainda aparece em poucos locais e de forma localizada, é a melhor altura para agir e impedir que se estabeleça e comece a invadir.
Salvínia perto de Odemira, 2008 (fotografias de Paula Canha).
O que fazer se detectar uma área com salvínia?
- Avisar as autoridades locais de ambiente (ICNF, Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas) ou o SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente)
- Enviar-nos uma mensagem para invader@uc.pt ou registar a localização no nosso mapa, seleccionando “X- espécie não listada” no fim da lista e escrevendo o nome da espécie em “Nota”.
- Se as plantas ainda tiverem uma distribuição limitada podem remover-se (todas!) da água e enterrar-se num local afastado de corpos de água. Outra alternativa é, após a remoção e deslocação para local seco, deixar as plantas secar debaixo de um plástico preto.
Mais informação sobre métodos de controlo pode ser encontrada online.
Salvínia em Alcaria, 2016 (fotografias de Ron Porley).
Várias espécies de Salvinia estão à venda em viveiros, mas nenhuma deveria ser utilizada tendo em conta a sua grande agressividade. Salvinia molesta pode duplicar a área ocupada em poucos dias. Distingue-se de Salvinia natans (L.) All., que é referida para Espanha, por apresentar “pêlos” característicos, em forma de “batedeira de ovos”.