
Em algumas situações, o uso de herbicidas pode ser muito eficaz a retardar a (re)invasão, diminuindo o esforço nos controlos de continuidade ou de manutenção. Porém, o recurso ao controlo químico é controverso devido ao risco de efeitos não desejados em espécies não-alvo (que podem incluir o Homem) e no ambiente. Devido ao risco de contaminação da área e ao custo dos produtos, esta opção é cada vez menos aceite, incluindo pela opinião pública em geral. Assim, na maioria das situações, deve ser a última alternativa.
Quando se opte pela sua utilização, e garantindo que é aplicado de forma correta, o controlo químico pode ser muito eficaz, frequentemente em combinação com outros métodos. É especialmente indicado para plantas que formam rebentos vigorosos após o corte, seja para evitar a formação de rebentos através de aplicação na touça logo após o corte, seja para pulverizar os rebentos formados, algum tempo depois.
Pode optar-se, dependo do contexto e da espécie, por duas opções: 1. CORTE + APLICAÇÃO DE HERBICIDA NA TOUÇA ou 2. CORTE + ESPERA + PULVERIZAÇÃO DE HERBICIDAS NOS REBENTOS. Frequentemente, a segunda opção tem maior sucesso no controlo de invasoras lenhosas que rebentem de touça e/ ou raiz. Aplica-se principalmente em espécies lenhosas, mas não exclusivamente, por exemplo a opção 2 pode ter bons resultados em erva-das-Pampas.
A diluição do herbicida deve ser feita “de fresco” e tendo em atenção a constituição da água usada.
Se houver formação de rebentos subsequentes (de touça e/ ou raiz), estes devem ser eliminados quando atingirem 50 – 100 cm de altura através de novo corte, arranque ou pulverização nas folhas.
A aplicação deve ser realizada em dias sem vento para evitar impactes indesejados sobre outras espécies, solo ou água.
1. CORTE + APLICAÇÃO DE HERBICIDA NA TOUÇA
Pode ser utilizado em todas as espécies lenhosas, desde que os exemplares apresentem diâmetro razoável para aplicação do herbicida (a partir de ca. 2 cm), apesar de ser menos eficaz nas espécies que regeneram de raiz.
Cortar, tão rente ao solo quanto possível, e pincelar/ pulverizar de imediato a touça com o herbicida mais adequado e na concentração correta. Esta mistura depende da espécie e das condições do local.
A área periférica da touça – alburno (xilema funcional) e floema – deve ser particularmente bem atingida pelo herbicida. O herbicida deve ser aplicado evitando escorrimento para o solo.
Pode recorrer-se a um corante (que não reaja com o herbicida) para melhor controlo das plantas tratadas.
2. CORTE + ESPERA + PULVERIZAÇÃO DE HERBICIDAS NOS REBENTOS
Pode ser aplicado em exemplares jovens ou em rebentos de touça e/ ou raiz, resultantes de cortes anteriores ou de fogo, quando atingem ca. de 50 cm – 100 cm.
Em diversas situações, a estratégia de cortar, aguardar e posteriormente pulverizar os rebentos é mais eficaz do que cortar e aplicar herbicida diretamente na touça.
As plantas devem ser bem molhadas, evitando escorrência. Pode efetuar-se a pulverização de herbicida de forma manual ou, em casos particulares, mecânica. Preferencialmente e sempre que existam valores naturais e ambientais a proteger, a aplicação deve ser feita de forma manual para garantir maior seletividade da aplicação, utilizando-se pulverizadores de mão ou de dorso.
1. Corte + aplicação de herbicida na touça
Aplicável em árvores de todos os diâmetros.
Método seletivo que não perturba o solo.
É adequado para zonas de acesso difícil.
Baixo risco de contaminação devido à aplicação localizada.
Razoável eficácia no impedimento da formação de rebentos de touça, com consequente redução de custos nas intervenções subsequentes, dependendo da espécie e aplicação.
2. Corte + espera + pulverização de herbicidas nos rebentos
É mais rápido do que a aplicação na touça, reduzindo os custos de operacionalização.
Não altera a estrutura do solo.
Se aplicado de forma seletiva, seguindo todas as boas práticas, pode controlar rebentos de touça e raiz de forma relativamente eficaz.
1. Corte + aplicação de herbicida na touça
Resultados variáveis na emissão de rebentos de raiz e/ou touça, podendo formar muitos.
Método dispendioso, devido ao custo do herbicida, operacionalização complexa e exigência de mão de obra especializada.
Obriga a utilização de EPI’s específicos e conhecimento técnico avançado, caso se usem equipamentos moto-manuais.
As condições meteorológicas podem afetar os resultados ou condicionar a intervenção.
2. Corte + espera + pulverização de herbicidas nos rebentos
Custo do herbicida e baixa especificidade.
Risco de contaminação.
Necessidade de formação específica e utilização obrigatória de EPI de aplicador.
As condições meteorológicas podem afetar os resultados ou condicionar a intervenção.
Segurança
Distâncias de segurança, manuseio seguro dos equipamentos moto-manuais, cuidados adicionais em período crítico de incêndios florestais, formação específica para manuseio de fitocidas.
Manutenção
Afiação periódica das ferramentas e dispositivos de corte, manutenção dos equipamentos moto-manuais, manutenção dos EPI e dos equipamentos de aplicação dos herbicidas.
Equipamento de Protecção Individual
Luvas, calças de motosserrista, caneleiras, capacete com viseira e auriculares, óculos de protecção, botas de segurança, roupa reflectora, equipamento de protecção contra agentes químicos
Ferramentas
Tesoura de poda, tesourão, serrote, motosserra, motorroçadora, pincel, pulverizador, herbicida(s), adjuvantes (molhantes, corantes, etc.)