
Este método é mais adequado a árvores de casca lisa/contínua. Plantas que apresentem a casca fendida, com feridas, que esteja muito quebradiça ou intercalada por acúleos, i.e., nas quais o descasque não possa ser completo, não devem ser descascadas.
Exemplos de espécies em que se pode aplicar: mimosa (Acacia dealbata), austrália (Acacia melanoxylon), outras acácias (Acacia spp.), árvore-do-incenso (Pittosporum undulatum)
Como Fazer
Fazer uma incisão em anel, contínuo, à volta do tronco, à altura que for mais confortável para o aplicador; a incisão deve cortar a casca (floema e tecidos exteriores) e chegar à madeira (xilema), mas sem cortar esta última.
Remover toda a casca (e câmbio – “película rosada”), desde o anel de incisão ATÉ à superfície do solo, se possível até à raiz, especialmente para espécies que rebentem de touça.
Aplicar apenas quando o câmbio estiver ativo o que pode variar de local para local. As melhores épocas para aplicação coincidem com temperaturas amenas e com alguma humidade – geralmente final de Inverno/Primavera- mas em algumas áreas ripícolas pode aplicar-se todo o ano.
É fundamental avaliar todas estas condições antes de iniciar uma operação de descasque!
Nos casos de árvores que não sejam fáceis de descascar, o melhor é deixar crescer e descascar depois. Apesar de se aconselhar não descascar nestas situações, em condições de stress elevado (ex., muito secas), por vezes, árvores que não se conseguem descascar totalmente podem, ainda assim, secar e acabar por morrer.
Nestes casos, é necessário avaliar o resultado durante vários meses a poucos anos, antes de aplicar em larga escala.
É necessário descascar todas as árvores da espécie invasora da área a controlar, já que indivíduos não tratados podem facilitar a sobrevivência de indivíduos vizinhos descascados.
Atenção: deixar secar totalmente e só depois proceder ao corte da árvore. A secagem pode demorar vários meses a alguns anos.
É um método eficaz, se for bem executado e às espécies certas.
A sua aplicação é pouco perigosa para aplicadores inexperientes, mas é preciso ter muito cuidado com o uso de ferramentas de corte.
Permite uma fácil operacionalização com grupos grandes e variados (ex., ações de voluntariado ambiental) e não exige ferramentas difíceis de operar.
É aplicável em árvores de quase todos os diâmetros e, quando é bem aplicado, não estimula a emissão de rebentos – nem de touça nem radiculares – o que exige menos controlos de seguimento. No entanto, estes controlos de seguimento são necessários para:
- cortar árvores mortas;
- controlar plantas que sobrevivam ;
- controlar novas plantas provenientes de germinação;
A médio prazo torna-se menos oneroso e é amigo do ambiente.
Moroso e oneroso se realizado extensivamente por grupos profissionais (elevada quantidade de mão de obra);
Exige uma aplicação minuciosa e é apenas aplicável em algumas espécies e em determinadas épocas do ano.
Obriga a duas intervenções espaçadas por meses ou mesmo anos para o controlo de uma mesma árvore.
O impacto visual do resultado deste tipo de controlo (árvores secas de pé) tem peso negativo na opinião pública.
Segurança
Cuidados com as posturas de trabalho e manuseio das ferramentas de corte;
Manutenção
Afiação periódica das ferramentas;
Equipamento de Protecção Individual
Luvas;
Ferramentas
Descascadeira, foice, serrote, canivete, tesoura de poda, podoa;