ATENÇÃO! Espécie invasora nos Açores e Madeira, mas nativa no continente.
Arbusto com espinhos robustos muito ramificado, até 2 m. Flores amarelas vistosas.
Nome científico: Ulex europaeus L.
Nome vulgar: carqueja, tojo, pica-rato
Família: Fabaceae
Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Nível de risco: Esta espécie está no 3º lugar do TOP 100 da Flora e Fauna Terrestre Invasora na Macaronésia.
Sinonímia: Ulex europaeus subsp. borealis Rothm., Ulex europaeus subsp. europaeus
Data de atualização: 27/7/2023 | Perfil elaborado pela Equipa do Grupo de Biodiversidade dos Açores, da Universidade dos Açores.
Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.
Como reconhecer
Arbusto espinhoso muito ramificado, até 2 m. Flores amarelas.
Folhas: folhas todas reduzidas a filódios espinhosos rígidos. Espinhos até 2,5 cm.
Flores: bractéolas por baixo do cálice maiores que 2 mm; cálice 10-17 mm amarelado densamente viloso e persistente, corola papilionácea amarela, 15-20 mm.
Frutos: vagem 14-19 mm x 6-8 mm, ligeiramente comprimida, vilosa com 4-6 sementes, verde acastanhadas, reniformes.
Floração: fevereiro a junho.
Espécies semelhantes
Há várias espécies do género Ulex semelhantes mas distinguem-se porque este é o único que apresenta bractéolas maiores que 2 mm.
Características que facilitam a invasão
A planta atinge a maturação sexual em 2 a 3 anos e reproduz-se por via seminal com a produção de centenas a milhares de sementes / planta / ano e por via vegetativa através de fragmentos da planta. É favorecida por alterações do território, transportada em máquinas e pelo Homem.
Área de distribuição nativa
Europa Central e Ocidental, incluindo Portugal Continental.
Distribuição (enquanto espécie exótica) em Portugal
Arquipélagos dos Açores (todas as ilhas) e da Madeira (Ilhas Selvagens e ilha da Madeira) .
Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.
Áreas geográficas onde há registo da presença de Ulex europaeus
Outros locais onde a espécie é invasora
Norte África, América (Central, Norte e Sul), Austrália, China, Índia, Indonésia, Sul Europeu, Nova Zelândia, Pacífico, Santa Helena e Tasmânia.
Razão da introdução
Introdução intencional para fins ornamentais.
Ambientes preferenciais de invasão
Arribas, pastos abandonados, ravinas, margem das florestas laurifólia e matos macaronésicos.
Embora legalmente não seja considerada invasora em Portugal, revela comportamento invasor em algumas localizações.
Impactes nos ecossistemas
A espécie forma manchas densas que rompem a estrutura, a abundância e sucessão dos ecossistemas que invade. Impede o desenvolvimento da vegetação nativa e reduz a diversidade de espécies por competição e recrutamento.
Impactes económicos
Potencialmente, custos elevados na aplicação de medidas de controlo.
Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes
– Florestas esclerófilas mediterrânicas ( Laurissilva macaronésica) – 9360.
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Ulex europaeus incluem:
Controlo físico + químico
As plantas adultas são cortadas e as touças tratadas com glifosato. Há referências que referem que os rebentos e as plantas inteiras podem ser pulverizadas com dicamba, triclopir, ou 2,4-D e triclopir.
Utilizar apenas os herbicidas homologados para a espécie e de acordo com a lei em vigor. Seguir as instruções de aplicação do rótulo e do produtor.
Controlo químico:
Em alguns locais recorre-se à pulverização das plântulas com picloram ou triclopir.
Utilizar apenas os herbicidas homologados para a espécie e de acordo com a lei em vigor. Seguir as instruções de aplicação do rótulo e do produtor.
Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomendada a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).
Fogo
A queima remove os arbustos mas estimula a germinação das sementes. O pastoreio é normalmente utilizado para controlar as plântulas e rebentos.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta destas metodologias.
Fernandes FM, Garcia Gallo A, Silva L (2008) Ulex europaeus L. In: Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo (eds.) Flora e Fauna Invasora da Macaronésia. TOP 100 nos Açores, Madeira e Canárias, pp. 205-208. ARENA, Ponta Delgada.
Schäfer H (2005) Flora of the Azores. A Field Guide. Second Enlarged edition. Margraf Publishers, Weikersheim.
The Plant List. Ulex europaeus L. Disponível: http://www.theplantlist.org/tpl1.1/search?q=Ulex+europaeus [Consultado 08/10/2015].
Weber E (2003) invasive">Invasive plant species of the world: a reference guide to environmental weeds. Reino Unido: CABI, 2003. ISBN 0851996957. 360pp.