Subarbusto perenifólio de até 60 (100) cm, ereto ou decumbente, com flores vermelho-alaranjadas, com uma pequena coroa laranja-amarelado; frutos fusiformes com sementes encimadas por tufo de finos pelos brancos.
Nome científico: Asclepias curassavica L.
Nome vulgar: oficial-de-sala
Família: Apocynaceae (ex. Asclepiadaceae)
Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).
Nível de risco: Em avaliação para Portugal
Sinonímia: Asclepias aurantiaca Salisb., Asclepias bicolor Moench, Asclepias cubensis Wender., Asclepias curassavica var. concolor Krug & Urb., Asclepias curassavica f. flaviflora Tawada, Asclepias curassavica f. pallidiflora Griseb., Asclepias margaritacea Hoffmanns. ex Schult., Asclepias nivea var. curassavica (L.) Kuntze
Data de atualização: 18/08/2023
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Como reconhecer
Subarbusto perenifólio de até 60 (100) cm. Caules eretos ou decumbentes, lenhosos apenas na base.
Folhas: 1-2,5(4) x 5-12 cm, opostas, lanceoladas, agudas a acuminadas, com pecíolo de 5-15 mm.
Flores: reunidas em umbelas terminais, com 8-11 flores, com pedicelos de 17-20 mm, com pelos. Corola vermelho-alaranjado, com uma pequena coroa laranja, com apêndices em forma de capuz.
Frutos: folículos fusiformes com até 9 (12) cm, abrindo por 1 fenda longitudinal, glabros ou com poucos pelos, castanho escuros. Sementes castanho-avermelhadas, comprimidas, aladas, com um tufo apical de finos pelos brancos, com 2-2,5 cm..
Floração: abril a novembro
Espécies semelhantes
Distingue-se das outras espécies de Apocynaceae pela coroa com apêndices em forma de capuz, e de outras Asclepias pela coloração alaranjdas das suas flores. Em particular de Asclepias syriaca, além da cor diferente (A. syriaca tem flor rosada), distingue-s pelo número de flores da umbela: A. syriaca tem umbelas com 40-60 flores; A. curassavica tem muito menos flores em cada umbela (8-11). Gomphocarpus, cujas flores podem ser semelhantes, distingue-se por ter umbelas nas axilas das folhas (e não terminais) e flores brancas, amareladas ou cremes.
Características que facilitam a invasão
Embora se reproduza exclusivamente por sementes, tem certa capacidade para rebentar depois da eliminação da parte aérea. É tolerante à seca.
Área de distribuição nativa
América tropical
Distribuição em Portugal
Algarve.
Áreas geográficas onde há registo da presença de Asclepias curassavica
Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.
Outros locais onde a espécie é invasora
Regiões temperadas quentes, subtropicais e tropicais, incluindo: Ásia (Japão), América-do-Norte (Estados Unidos), América-do-Sul (Chile), Austrália, Ilhas do Pacífico (Cook, Fiji, Galápagos, Guam, Havai, Marianas, Marshall, Micronésia, Nova Caledónia, Nova Guiné, Palau, Polinésia Francesa, Salomon, Samoa, Tonga, Tuvalu, Vanuatu, etc.) e Nova Zelândia.
Razão da introdução
Introduzida como planta ornamental.
Ambientes preferenciais de invasão
Ocorre em ambientes variados: valetas, margens de rios e caminhos e terrenos abertos próximos de povoações (baldios, matagais degradados, etc.). Prefere lugares com exposição solar e os substratos ácidos ou ligeiramente alcalinos. Não suporta a salinidade nem as geadas porque é uma planta termófila.
Impactes nos ecossistemas
Competição com as plantas nativas nos ecossistemas invadidos.
Impactes económicos
Invasão de pastos e de sistemas agrícolas provocando alterações na disponibilidade de alimentos para o gado e impactos na produção agrícola.
Outros impactes
Tóxica para o gado e para o homem.
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Asclepias curassavica incluem:
Controlo físico
Arranque: só é eficaz se a planta for extraída com a raiz, ao contrário, a planta rebenta e regenera a parte aérea.
Controlo químico
A aplicação de herbicida pode ser feita com algum sucesso. No entanto, recomenda-se como última opção devido aos efeitos negativos que pode ter. Nos casos em que seja aplicado, devem ser respeitadas as distâncias às linhas de água e a outros locais com valor ecológico elevado.
Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).
Controlo biológico
Esta planta é atacada pelo vírus do mosaico-do-pepino que produz manchas características nas folhas, em alguns casos é atacada por pulgões e as larvas de Danaus plexippus (Lepidoptera) alimentam-se das folhas.
Em Portugal ainda não há agentes de controlo biológico disponíveis para esta espécie.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.
Almeida JD (2012) Flora exótica subespontânea de Portugal Continental (plantas vasculares): catálogo das plantas vasculares exóticas que ocorrem subespontâneas em Portugal Continental e compilação de informações sobre estas plantas. Coimbra, 35 pp.
CABI (2012) Asclepias curassavica. In: Invasive Species Compendium. CAB International, Wallingford, UK. Disponível: http://www.cabi.org/isc/ [Consultado 24/03/2020].
Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 90 pp.
The Plant List (2013) Asclepias curassavica. Versão 1.1. Disponível: http://www.theplantlist.org/ [Consultado 24/03/2020].
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Asclepias curassavica. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 24/03/2020].