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Cyathea cooperi

Feto arbóreo que atinge 12 m de altura e 30 cm diâmetro do caule, com “folhas” grandes (cada uma pode atingir 5 m) recortadas 2-3 vezes. Soros marginais, esféricos sem indúsio.

Nome científicoCyathea cooperi (Hook. Ex F. Muell) Domin

Nome vulgar: feto-arbóreo-australiano, feto-arbóreo de Cooper, feto-arbóreo-escamoso

FamíliaCyatheaceae

Estatuto em Portugal: Espécie invasora no arquipélago dos Açores.

Nível de risco: (em desenvolvimento)

Sinonímia:  Sphaeropteris cooperi (Hook. ex F. Muell.) R. M. Tryon; Alsophila cooperi F. Muell.

Data de atualização: 04/09/2023| Perfil elaborado pela Equipa do projecto LIFE+ Terras do Priolo.

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Avistamentos actuais da espécie: 
Família: 
Porte: 

Como reconhecer

Feto arbóreo até 12 m. Nos espécimes mais antigos, forma-se uma roseta apertada no cimo do caule.

“Folhas”: base das estipes com dois tipos de escamas: umas escuras e pequenas e as outras grandes, pálidas e escariosas; frondes até 5 metros com lâmina 2 a 3-penatissecta na base, verde ou verde-clara superiormente, pálida na face inferior; ráquis com tubérculos obtusos castanho-escuros; segmentos de 1ª ordem com 65 x 26 cm; segmentos de 2ª ordem com ápices acuminados. A queda das estipes origina cicatrizes ovais no caule.

“Flores”: os soros não têm indúsio, mas têm um anel de pequenas escamas à volta dos esporângios.

“Frutos”: os esporos são tetraédricos.

Espécies semelhantes

É parecido com o feto-arbóreo-da-Tâsmania (Dicksonia antarctica Labill.), mas distingue-se porque as frondes de Cyathea cooperi têm crescimento mais pendente e porque a queda dos estipes originam cicatrizes ovais no caule.

Características que facilitam a invasão

A  planta atinge a maturação sexual em 2 a 3 anos e reproduz-se através da produção de centenas a milhares de esporos/planta/ano. A dispersão faz-se por anemocoria e hidrocoria.

Área de distribuição nativa

Noroeste da Austrália.

Distribuição em Portugal

Ocorre nos Arquipélagos dos Açores (ilhas das Flores, Graciosa, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, São Miguel e Santa Maria) e da Madeira (ilha da Madeira). É considerada Invasora nos Açores.

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Cyathea cooperi.

Outros locais onde a espécie é invasora

Oeste da Austrália e Sudeste da Austrália, algumas ilhas do Hawaii, Ilhas Maurícias e Reunião.

Razão da introdução

A introdução foi intencional para fins ornamentais em jardins e parques.

Ambientes preferenciais de invasão

Floresta de laurissilva, margens de linhas de água, ravinas, clareiras e bosques incenso e matas de criptoméria.

Embora legalmente não seja considerada invasora em Portugal, revela comportamento invasor em algumas localizações no Arquipélagos do Açores.

Impactes nos ecossistemas

A espécie forma manchas densas que rompem a estrutura, a abundância e sucessão dos ecossistemas que invade. Impede o desenvolvimento da vegetação nativa e reduz a diversidade de espécies por competição e recrutamento.

Impactes económicos

Potencialmente, custos elevados na aplicação de medidas de controlo.

Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes

– Florestas esclerófilas mediterrânicas ( Laurissilva macaronésica) (9360);

– Florestas endémicas de Juniperus (9560).

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Cyathea cooperi incluem:

Controlo físico

Arranque manual: o método manual é a forma mais eficaz de controlo para plantas de reduzida dimensão. A extracção total da raiz e da planta requer mão-de-obra e tempo de trabalho, no entanto, é viável e aconselhável em locais de fácil acesso, com baixo perigo de erosão ou em pequenas manchas próximo de populações de espécies raras e em perigo. Os resíduos vegetais e fragmentos da planta devem ser transportados para aterro para evitar a sua regeneração.

Corte: o método mecânico é o mais recomendado com a utilização de retroescavadoras. É um método recomendado para plantas de grandes dimensões em locais de bons acessos. A planta deverá ser cortada ou arrancada com a raiz completa e intacta, mas é necessário ter especial atenção para não se danificar a fronde, que poderá voltar a rebentar. Os resíduos vegetais e fragmentos da planta devem ser transportados para aterro para evitar a sua regeneração.

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta destas metodologias.

Jeménez S, Coelho R, López Y, Silva C (2013) Guia de Controlo de Espécies Exóticas invasoras">Invasoras. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa.

Schäfer H (2005) Flora of the Azores. A Field Guide. Second Enlarged edition. Margraf Publishers, Weikersheim.

Silva L, Corvelo R, Moura M, Ojeda Land L, Jardim R (2008) Cyathea cooperi (Hook. Ex f. Muell.) Domin. In: Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo (eds.) Flora e Fauna Invasora da Macaronésia. TOP 100 nos Açores, Madeira e Canárias, pp. 233-235. ARENA, Ponta Delgada.