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Drosanthemum floribundum

Herbácea perene com os caules formando um tapete. Folha cilíndrica que faz lembrar um bago de arroz.

Nome científicoDrosanthemum floribundum (Haw.) Schwantes

Nome vulgar: arrozinho, chorão-baguinho-de-arroz

FamíliaAizoaceae

Estatuto em Portugal: espécie invasora nos Açores e naturalizada na Madeira e território continental.

Nível de risco: 10 | Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.

Sinonímia: Drosanthemum candens  (Haw.) Schwantes

Data de atualização: 16/08/2023 | Perfil elaborado pela Equipa do Grupo de Biodiversidade dos Açores da Universidade dos Açores.

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã  "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

Avistamentos actuais da espécie: 
Família: 
Porte: 

Como reconhecer

Planta herbácea perene com os caules prostrados formando um tapete  e enraizando nos nós mais antigos, entrenós 1-3 cm, finos, rígidos. Lâmina de folha cilíndrica, ligeiramente dilatada apicalmente. Flores aromáticas de cor rosa.

Folhas: lâmina da folha cilíndrica, ligeiramente dilatada no ápice, de 1,2-1,4 x 0,25 cm.

Flores:  flores (1-)3, em ramos laterais curtos, aromáticas, 1,8(-2,5) cm de diâmetro, lobos do cálice lineares (6 x 3 mm), ápice obtuso, margens escariosas, pétalas 30-40, rosa, 1-série(8-15 x 2 mm), 2-3 vezes o comprimento do cálice.

Frutos: cápsulas em pedúnculos erectos. Sementes 200 por fruto, com 0,5 mm.

Floração: março a julho.

Espécies semelhantes

Outras Aizoaceae têm alguma semelhança mas não têm as folhas todas opostas, sésseis, cilíndricas com papilas.

Características que facilitam a invasão

A  planta atinge a maturação sexual ao fim de um ano e reproduz-se por via seminal (centenas a milhares de sementes/ planta/ ano) e por via vegetativa através de fragmentos dos caules. A dispersão é natural por porções do caule e por hidrocoria. A plantação em jardins também contribui para aumentar a sua dispersão.

Área de distribuição nativa

África do Sul.

Distribuição em Portugal

Portugal continental (Douro Litoral, Beira Litoral, Alto Alentejo e Estremadura) e arquipélagos dos Açores (ilhas do Corvo, Graciosa, Terceira, São Jorge, Pico, Faial e São Miguel) e Madeira (ilhas da Madeira e Selvagens).

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

Mapa: Áreas geográficas onde há registo da presença de Drosanthemum floribundum (Haw.) Schwantes.

 

Outros locais onde a espécie é invasora

América do Norte, Europa ocidental e Sul e Nova Zelândia.

Razão da introdução

Introdução intencional como ornamental.

Ambientes preferenciais de invasão

Costas rochosas, arribas, escoadas lávicas costeiras, bermas de estrada, depósitos de entulho, muros, vegetação antrópica, áreas urbanas.

Embora legalmente não seja considerada invasora em Portugal, revela comportamento invasor em algumas localizações.

Impactes nos ecossistemas

A espécie forma manchas densas que rompem a estrutura, a abundância e sucessão dos ecossistemas que invade. Impede o desenvolvimento da vegetação nativa e reduz a diversidade de espécies por competição; recrutamento.

Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes

– Falésias com flora endémica das costas macaronésicas – 1250;

– Dunas marítimas de costas atlânticas – 2130;

– Vertentes rochosas siliciosas com vegetação casmofítica – 8220.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de controlo usadas em Drosanthemum candens incluem:

Controlo físico

Arranque manual (metodologia preferencial): em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam fragmentos de maiores dimensões no solo, os quais enraízam facilmente originando novos focos de invasão.Depois de arrancados devem ser removidos para local “seguro”, onde se deixam a secar, preferencialmente cobertos com plástico preto de forma a acelerar a sua destruição/degradação. Alternativamente, podem deixar-se no local mas com as raízes voltadas para cima, sem qualquer contacto com o substrato.

Controlo químico

Aplicação foliar de herbicida. Pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo. Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomenda a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

DAISIE European Invasive Alien Species Gateway (2012) Drosanthemum floribundum (Haw.) Schwantes. Disponível: http://www.europe-aliens.org/speciesFactsheet.do?speciesId=7219 [Consultado 08/10/2015].

Flora Iberica – Plantas vasculares de la Península Ibérica e Islas Baleares. Drosanthemum floribundum. Disponível: http://www.floraiberica.es/floraiberica/texto/pdfs/02_047_10_Drosanthemu...  [Consultado 15/10/2015].

Silva L, Corvelo R, Moura M, Ojeda Land E, Jardim R (2008) Drosanthemum floribundum (Haw.) Schwantes. In: Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo (eds.) Flora e Fauna Invasora da Macaronésia. TOP 100 nos Açores, Madeira e Canárias, pp. 329-231. ARENA, Ponta Delgada.

Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 207 pp.

Morais MC, Marchante E, Marchante H (2017) Big troubles are already here: risk assessment protocol shows high risk of many alien plants present in Portugal. Journal for Nature Conservation 35: 1–12

Pheloung PC, Williams PA, Halloy SR (1999) A weed risk assessment model for use as a biosecurity tool evaluating plant introductions. Journal of Environmental Management. 57: 239-251.

Schäfer H (2005) Flora of the Azores. A Field Guide. Second Enlarged edition. Margraf Publishers, Weikersheim.