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Sorghum halepense

Nova espécie: 

Erva rizomatosa de até 150 (200) cm, relativamente robusta, ereta, com folhas estreitas e flores minúsculas purpurascentes reunidas em panículas ("pirâmides") terminais, com eixo robusto.

Nome científico: Sorghum halepense (L.) Pers.

Nome vulgar: sorgo-bravo, milho-vassoureiro, milho-zaburro, zaburro-de-alepo

Família: Poaceae (Gramineae).

Estatuto em Portugal: integra a Lista Nacional de Espécies Invasoras (anexo II do Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho).

Nível de risco: 37| Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Atualizado em 30/09/2017.

Sinonímia: Andropogon avenaceus Kunth, Andropogon decolorans Kunth, Andropogon dubitatus Steud., Andropogon dubius K. Koch ex B. D. Jacks., Andropogon halepensis (L.) Brot., Andropogon halepensis subsp. anatherus Piper, Andropogon halepensis var. effusus Stapf, Andropogon halepensis var. genuinus Stapf, Andropogon halepensis var. muticus (Hack.) Asch. & Graebn., Andropogon halepensis subsp. muticus (Hack.) Piper, Andropogon sorghum var. exiguum (Forssk.) Piper, Andropogon sorghum subsp. exiguus (Forssk.) Piper, Andropogon sorghum subsp. halepensis (L.) Hack., Andropogon sorghum var. halepensis (L.) Hack., Andropogon sorghum var. perennis Bertoni, Blumenbachia halepensis (L.) Koeler, Holcus decolorans Willd., Holcus exiguus Forssk., Holcus halepensis L., Holcus sorghum subsp. exiguus (Forssk.) Hitchc., Milium halepense (L.) Cav., Rhaphis halepensis (L.) Roberty, Sorghum crupina Link, Sorghum decolorans (Willd.) Roem. & Schult., Sorghum dubium K.Koch, Sorghum halepense f. halepense, Sorghum halepense var. halepense, Sorghum halepense var. latifolium Willk. & Lange, Sorghum halepense f. muticum (Hack.) C. E. Hubb., Sorghum halepense var. muticum (Hack.) Grossh., Sorghum halepense var. muticum (Hack.) Hayek, Sorghum saccharatum var. halepense (L.) Kuntze, Sorghum schreberi Ten.

Data de atualização: 29/07/2023

Ajude-nos a mapear esta espécie no nosso projeto de ciência cidadã "invasoras.pt" no BioDiversity4All/iNaturalist. Contribua submetendo registos de localização desta espécie onde a observar.

 

 

Porte: 

Como reconhecer

Erva perene, rizomatosa, de até 150 (mais raramente 200) cm, relativamente robusta, ereta, com pelos na zona dos nós.

Folhas: lineares, com 5-15 (40) x até 60 mm, planas, com margem cortante, nervuras paralelas destacando-se 1 nervura média bem marcada, pilosidade densa na base da folha, bainha arredondada que envolve o caule e têm por vezes tonalidade vermelho-vinho.

Flores:  minúsculas, avermelhadas, reunidas em espiguetas por sua vez agrupadas em panículas amplas, com 7-30 cm, cujo eixo central é alongado e robusto; espiguetas sésseis (e estas elipsóides, caducas, esverdeadas ou com ápice purpurascente) e pediceladas (lanceoladas e purpurascentes).

Frutos: cariopses ovadas a oblongas..

Floração: maio a outubro

Espécies semelhantes
O eixo central robusto da panícula distingue-a de outras gramíneas. Sorghum bicolor (L.) Moench também tem eixo robusto mas é anual e tem espiguetas sésseis não caducas.

Características que facilitam a invasão
Reproduz-se tanto por semente como vegetativamente a partir dos seus rizomas, uma planta pode produzir até 80 000 sementes. Suporta altas temperaturas estivais.

Área de distribuição nativa
Região Mediterrânica Oriental.

Distribuição em Portugal
Portugal continental (Minho, Douro Litoral, Beira Baixa, Baixo Alentejo, Beira Litoral, Estremadura, Ribatejo, Alto Alentejo, Algarve), Arquipélago dos Açores (Flores, Faial, Graciosa, Terceira, São Miguel, Santa Maria) e Arquipélago da Madeira (Madeira, Porto Santo).  

Para verificar localizações mais detalhadas e atualizadas desta espécie, verifique o projeto invasoras.pt que criamos no BioDiversity4All (iNaturalist). Estes mapas ainda estão incompletos – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a observar.

 

 

Áreas geográficas onde há registo da presença de Sorghum halepense

                             

Outros locais onde a espécie é invasora
América, Ásia, Austrália, etc.                   

Razão da introdução
Provavelmente introduzida de forma involuntária como erva daninha agrícola.

Ambientes preferenciais de invasão
Invade áreas agrícolas principalmente de regadio, pois precisa de alguma humidade no solo. Invade também frequentemente áreas perturbadas, como margens de vias de comunicação.

Impactes nos ecossistemas
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Impactes económicos
Atualmente é uma das ervas daninhas mais prejudiciais para a agricultura em zonas subtropicais e temperadas quentes. Causa impactes em várias culturas agrícolas, principalmente nas culturas de regadio.

Outros impactes
É uma planta tóxica para o gado.

O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.

As metodologias de gestão e controlo usadas em Sorghum halepense incluem:

Medidas Preventivas

A limpeza de alfaias agrícolas para retirar rizomas e sementes (desta e de outras espécies) e impedir a sua disseminação para novas áreas é essencial.

Controlo físico
Arranque (medida preferencial): a remoção manual é eficaz desde que se removam as raízes principais ( mais fácil em períodos de chuva, quando ocorre em solos mais compactados) e seja realizada antes de se formarem as sementes; mas é impraticável em grandes áreas.

Métodos mecânicos: A existência de rizomas e de um banco de sementes no solo dificulta o controlo com estes métodos; as alfaias podem contribuir para a fragmentação dos rizomas e para a sua disseminação, agravando assim o problema.

Controlo químico
Uso de herbicida.

Devido à frequente toxicidade dos herbicidas para os invertebrados e outros organismos, incluindo plantas não alvo, não se recomendada a sua utilização nas situações próximas da água, onde há cultivo de alimentos, e outras áreas sensíveis. A sua utilização justifica-se no tratamento de casos de elevada gravidade e deverão sempre ser usados produtos comerciais homologados para uso nessas situações, respeitando a legislação da EU e nacional sobre a utilização de produtos fitofarmacêuticos e respeitando o meio, as espécies e as condições de aplicação (mais informação pode ser consultada no sistema SIFITO).

 

Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta de algumas destas metodologias.

Marchante H, Morais M, Freitas H, Marchante E (2014) Guia prático para a identificação de Plantas Invasoras em Portugal. Coimbra. Imprensa da Universidade de Coimbra. 133 pp.

Sanz-Elorza M, Sánchez EDD, Vesperina ES (2004) Atlas de las plantas alóctonas invasoras en España. Dirección General para la Biodiversidade, Madrid, 272 pp.

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (2020) Sorghum halepense. In: UTAD Jardim Botânico. Vila Real, PT. Disponível: https://jb.utad.pt [Consultado 23/03/2020].