Subarbusto rastejante perene, de folhas muito carnudas e grandes flores rosadas ou amarelas.
Nome científico: Carpobrotus edulis (L.) N. E. Br.
Nomes vulgares: chorão-da-praia, figo-da-rocha, chorão, bálsamo
Família: Aizoaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora (listada no Decreto-Lei nº 92/2019, de 10 julho)
Nível de risco: 23 | Valor obtido de acordo com um protocolo adaptado do Australian Weed Risk Assessment (Pheloung et al. 1999), por Morais et al. (2017), segundo o qual valores acima de 13 significam que a espécie tem risco de ter comportamento invasor no território Português | Actualizado em 30/09/2017.
Sinonímia: Mesembryanthemum edule L.
Data de atualização: 26/06/2020
Ajude-nos a mapear esta espécie na nossa plataforma de ciência cidadã.
Como reconhecer
Subarbusto rastejante perene, suculento, de caules que podem atingir vários metros, e que enraízam nos nós.
Folhas: carnudas, eretas ou ereto-patentes, oblongas, com 4-13 x 1-1,6 cm com secção transversal em triângulo equilátero e ápice agudo.
Flores: com 8-10 cm de diâmetro, solitárias, amarelas ou cor-de-rosa/púrpura; estames amarelos.
Frutos: carnudos, de forma ovoide, comestíveis. Inicialmente são de cor verde, tornando-se púrpuras na maturação, permanecendo na planta durante muitos meses. As sementes, muito pequenas (1 mm comprimento), são de cor preta.
Floração: março a junho.
Espécies semelhantes
Carpobrotus acinaciformis (L.) L. Bolus (chorão) é semelhante, mas as folhas têm secção de triângulo isósceles.
Características de invasão
Reproduz-se vegetativamente, por fragmentos, formando vigorosos rebentos após o corte.
Também se reproduz por via seminal produzindo muitas sementes (cada fruto contém entre 1000 a 1800 sementes), as quais são dispersas por pequenos mamíferos.
Área de distribuição nativa
África do Sul (Região do Cabo).
Distribuição em Portugal
Portugal continental (Minho, Trás-os-Montes, Beira Alta, Douro Litoral, Beira Baixa, Beira Litoral, Estremadura, Alto Alentejo, Algarve), arquipélago dos Açores (todas as ilhas), arquipélago das Madeira (ilhas da Madeira e Porto Santo).
Para verificar localizações mais detalhadas desta espécie, verifique o mapa interactivo online. Este mapa ainda está incompleto – precisamos da sua ajuda! Contribua submetendo registos de localização da espécie onde a conhecer.
Áreas geográficas onde há registo da presença de Carpobrotus edulis
Outros locais onde a espécie é invasora
Sul da Europa (Espanha, França), oeste dos EUA (Califórnia), Nova Zelândia, Norte de África.
Razão da introdução
Para fins ornamentais. Cultivada com frequência, no passado, para fixação de dunas e taludes.
Ambientes preferenciais de invasão
Dunas costeiras, cabos e áreas adjacentes a taludes onde foi plantado.
Desenvolve-se tanto em zonas secas como húmidas.
Impactes nos ecossistemas
Forma tapetes impenetráveis que ocupam áreas extensas, impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa.
Promove a acidificação do solo, facilitando o seu próprio desenvolvimento.
Impactes económicos
Custos elevados na aplicação de medidas de controlo.
Habitats Rede Natura 2000 mais sujeitos a impactes
– Falésias com vegetação das costas atlânticas (1230);
– Falésias com vegetação das costas mediterrânicas com Limonium spp. endémicas (1240);
– Dunas móveis do cordão litoral com com estorno (Ammophila arenaria) («dunas brancas») (2120);
– Dunas fixas com vegetação herbácea («dunas cinzentas») (2130);
– Dunas fixas descalcificadas atlânticas (Calluno-Ulicetea) (2150);
– Dunas com salgueiro-anão (Salix repens ssp. argentea) (Salicion arenariae) (2170);
– Depressões húmidas intradunares (2190);
– Dunas com prados da Malcolmietalia (2230);
– Dunas litorais com Juniperus spp. (2250);
– Dunas com vegetação esclerófila da Cisto-Lavenduletalia (2260);
– Dunas com florestas de pinheiro-manso (Pinus pinea) e/ou pinheiro-bravo (Pinus pinaster) (2270);
– Dunas interiores com prados abertos de Corynephourus e Agrostis (2330);
– Formações de Cistus palhinhae em charnecas marítimas (5140);
– Friganas mediterrânicas ocidentais dos cimos de falésia (Astragalo-Plantaginetum subulatae) (5410).
O controlo de uma espécie invasora exige uma gestão bem planeada, que inclua a determinação da área invadida, identificação das causas da invasão, avaliação dos impactes, definição das prioridades de intervenção, seleção das metodologias de controlo adequadas e sua aplicação. Posteriormente, será fundamental a monitorização da eficácia das metodologias e da recuperação da área intervencionada, de forma a realizar, sempre que necessário, o controlo de seguimento.
As metodologias de controlo usadas em Carpobrotus edulis incluem:
Controlo físico
Arranque manual (metodologia preferencial). Nos substratos arenosos, onde é mais frequente, o arranque é fácil em qualquer altura. Em substratos mais compactados, o arranque deve ser realizado na época das chuvas de forma a facilitar a remoção do sistema radicular. Deve garantir-se que não ficam fragmentos de maiores dimensões no solo, os quais enraízam facilmente originando novos focos de invasão. Quando forma grandes "tapetes" torna-se mais fácil à medida que se arranca ir enrolando os "tapetes", de forma a diminuir a dispersão de pequenos fragmentos que podem enraizar e dar origem a novas plantas.
Depois de arrancados devem ser removidos para local “seguro”, onde se deixam a secar, preferencialmente cobertos com plástico preto de forma a acelerar a sua destruição/degradação. Alternativamente, podem deixar-se no local mas com as raízes voltadas para cima, sem qualquer contacto com o substrato.
Controlo químico
Aplicação foliar de herbicida. Como última opção, pulverizar com herbicida (princípio ativo: glifosato) limitando a aplicação à espécie-alvo.
Visite a página Como Controlar para informação adicional e mais detalhada sobre a aplicação correta desta metodologia.
CABI (2012) Carpobrotus edulis. In: invasive">